As cinco fracções do primeiro edifício reabilitado em Lisboa, ao abrigo do programa «Reabilita Primeiro Paga Depois», na Rua São Pedro Mártir, 49, na Mouraria, vão ser colocadas no mercado, divulga a Câmara Municipal de Lisboa. Os apartamentos vão ser colocados à venda, por valores entre os 100 e os 140 mil euros, de acordo com o promotor.
O edifício, integralmente reabilitado, destina-se exclusivamente a habitação (4 - T2 e 1 - T1). Fica paredes meias com o antigo Palácio dos Aboim, construído no século XVIII, onde se instalaram instituições como «Mouraria Empreende» e «Mouraria+Emprego».
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, acompanhado pelos vereadores do urbanismo e habitação, Manuel Salgado e Paula Marques, e pelo presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, visitou esta semana o edifício e aproveitou para realçar o trabalho de reabilitação urbana da Mouraria, promovido pela Câmara, premiado pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.
Para o autarca este é «primeiro exemplo de um prédio integralmente reabilitado num programa que visa sobretudo dinamizar a reabilitação urbana, que facilitará a existência de novos espaços habitacionais no centro da cidade». Salientou ainda o contributo que dá à dinamização da economia.
António Costa revela que a procura tem sido grande «quer por via do diferimento do pagamento, quer por via do desconto de 10 por cento quando o pagamento é a pronto, o que, considerou, «tem permitido mobilizar as poupanças», de promotores colectivos e particulares.
As próximas décadas vão ver nascer um «novo paradigma no acesso à habitação», com «mais reabilitação e menos construção nova, mais arrendamento e menos compra», o que, no entender do autarca, vai implicar capacidade de mobilização do investimento privado. «Nem o Estado nem as autarquias têm, por si só, capacidade de fazer esse esforço de reabilitação».
Verifica-se, pela primeira vez em décadas, um aumento do número de famílias a residir no centro da cidade, sublinhou António Costa, sobretudo graças a melhores escolas e jardins-de-infância, proximidade do local de trabalho e um bom serviço de transportes públicos.
O vereador Manuel Salgado sublinha que o grande objectivo da câmara «não é tanto fazer receita mas sim reabilitar os edifícios» por isso o pagamento é diferido. «Quase todos os edifícios reabilitados são nos bairros históricos de Lisboa, o que permite criar uma dinâmica nestes bairros, juntamente com o trabalho de reabilitação do espaço público» feito pela autarquia.
Redacção Jornal Arquitecturas