O vereador do urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Salgado, revela que são necessários oito mil milhões de euros para reabilitar o património degradado na cidade. Para o autarca esse investimento pode relançar o sector da construção civil, com efeitos positivos na economia e no emprego. “Reabilitar para arrendar no mercado local é uma prioridade”, sublinhou durante a conferência “Habitação, Arrendamento e Propriedade Urbana”, que decorreu no sábado, na sede da Assembleia Municipal, em Lisboa, organizada pela Associação de Inquilinos Lisbonenses.
Manuel Salgado abordou as tendências do mercado de arrendamento ao longo dos últimos 40 anos, lembrando que em 1974 a carência de habitação era estimada em 500 mil fogos, com cerca de 70 por cento das famílias a viver em casa arrendada. As cidades eram então “as cidades dos inquilinos”.
A realidade é hoje diferente, com 70 por cento das famílias a viverem em casa própria, uma grande parte delas saindo de Lisboa, para os concelhos limítrofes em ambas as margens do Tejo, obrigando a “longos e demorados movimentos pendulares”, frisou.
Lisboa, e também o Porto, necessitam urgentemente de ganhar população e fixar jovens, o que para Manuel Salgado só é possível dinamizando o arrendamento a valores acessíveis aos nacionais.
Para Manuel Salgado falta um “impulso forte ao arrendamento” com a criação de uma bolsa de arrendamento, criação de um seguro de renda e de linhas de crédito favoráveis para reabilitação e arrendamento.
Numa época em que, em todo o país, há mais de 500 mil fogos por vender “não podemos continuar a apostar na cidade dos proprietários, temos de volta à cidade dos inquilinos”, defendeu.
