Opinião de João Gavião: «Passive House em Portugal – parte II»

16.10.2014

(continuação de «Passive House em Portugal - parte I»)

 

Com a formação Passive House de técnicos e projectistas, seguida da subsequente certificação Passive House Tradesperson e Passive House Designer, e com o envolvimento de empresas fabricantes de produtos ou fornecedoras de soluções de elevada eficiência estão criadas as bases para estabelecer uma rede nacional Passive House.

 

Pretende-se que esta rede Passive House tenha uma total cobertura nacional sob o ponto de vista geográfico de modo a que este conceito possa ser uma realidade construída em cada distrito, em cada município. O avanço da Passive House em Portugal passará em grande medida pela definição de estratégias comuns com os municípios.

 

Este caminho para o conceito é defendido pelo Passivhaus Institut que lançou há meio ano atrás um documento estratégico, um programa de dez pontos, com recomendações detalhadas sobre o caminho a trilhar pelos municípios e comunidades rumo à sustentabilidade. E são já muitos os municípios a nível Europeu, e não só, que tomaram esta iniciativa, como são os exemplos de Hannover, Bruxelas ou Innsbruck. Até mesmo a grande metrópole Nova Iorque irá ter na norma Passive House uma ferramenta fundamental para a redução de 80% das emissões de CO2 até 2050, de acordo com o plano apresentado pelo mayor Bill de Blasio há poucas semanas.

 

Em Portugal estamos num processo inicial de implementação do conceito ao nível dos municípios mas já há trabalho feito e estão dados os primeiros passos. Estes e outros resultados irão ser apresentados na 2ª Conferência Passivhaus Portugal 2014. Aquela que será a segunda edição do maior evento relativo à Passive House em Portugal irá decorrer em Aveiro a 29 de Novembro.

 

A conferência deste ano, para além de apresentar os mais recentes exemplos da aplicação da Passive House em Portugal e da experiência na implementação noutros países, irá focar na implementação da norma nos municípios e nos produtos e soluções energeticamente eficientes. Estas e outras soluções irão estar em evidência na exposição Passive House paralela à conferência. São já muitas e variadas as soluções de elevado desempenho energético que estão disponíveis no mercado nacional e que são perfeitamente adequadas a uma Passive House.

 

Do mesmo modo que um edifício eficiente é composto por soluções eficientes, também as comunidades sustentáveis são compostas por edifícios eficientes e saudáveis. E esta é uma realidade só possível de alcançar com o estabelecimento de redes, com a concretização de soluções locais que obedecem a uma lógica global.

 

João Gavião é arquitecto na Homegrid e um dos fundadores da Associação Passivhaus Portugal.

TAGS: Opinião , João Gavião , Passive House
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