Um dos temas na ordem do dia é o investimento estrangeiro em unidades hoteleiras e empreendimentos para Turismo Residencial no Algarve. É um tema que, independentemente de todos os estudos de mercado e viabilidade económico-financeira necessários, tem na arquitetura um dos fatores de decisão. A dois níveis:
- Macro: na qualidade e exequibilidade do masterplan e programa global;
- Micro: na sua aderência ao mercado-alvo final (os turistas ou compradores de unidades imobiliárias).
Neste último nível é fundamental desenhar projetos que respondam às necessidades do Inverno algarvio; e para isso é preciso admitir que no Inverno o Algarve não tem um clima competitivo face a outros destinos. Não sendo rigoroso em termos de temperaturas, a verdade é que no Inverno os turistas e/ou residentes necessitam de áreas cobertas ou protegidas para passar parte do seu tempo, para além de espaços ao ar livre onde a vivência não absorve tanto tempo como no Verão. Por isso, áreas públicas onde possam ser desenvolvidas atividades de entretenimento e lazer durante o dia e noite, piscinas cobertas e aquecidas, espaços híbridos nas residências abertos no Verão e fechados no Inverno, circulações e acessibilidades controlada entre pontos de interesse e estada ou isolamento térmico eficiente (por áreas das unidades) são alguns dos temas que devem estar em cima da mesa desde a fase inicial do projeto.
Eduardo Abreu é gestor de Planeamento em Turismo e sócio da Neoturis.