Comentário de Carmen Lemos: Para além do Turismo Cultural

18.07.2016

Reabilitação e Turismo permanecem como os grandes dinamizadores da economia.

 

Portugal é um dos países europeus com maior diversidade de espécies e paisagens naturais pelo que o Turismo de Natureza e o Turismo activo encontram aqui condições óptimas de desenvolvimento.

 

Como valores de referência na AML temos a Paisagem Cultural de Sintra Património da Humanidade (a par da Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos e Fado) e cinco áreas protegidas sendo duas Parques Naturais, Sintra Cascais e Arrábida, duas reservas naturais, do Tejo e do Sado, e a Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica. São indicadores muito relevantes da riqueza ambiental deste território a merecerem uma atenção cada vez maior nos programas estratégicos da Administração Central e Local.

 

A notícia é que o nº de dormidas na região de Lisboa aumentou 9% em relação ao ano passado de acordo com os dados recentes da ERT-RL (Entidade Regional do Turismo da Região de Lisboa). E quem merece o destaque são os municípios da Margem Sul com destaque para o crescimento da centralidade turística Arrábida (Sesimbra +25%, Palmela +18%, e Setúbal +13%) e a centralidade Arco Tejo (Alcochete 21%, Montijo 16%).

 

São valores muito significativos de crescimento económico de centralidades emergentes ao nível do Turismo. Correspondem a uma estratégia de investimento no Turismo de natureza e turismo náutico sustentada, entre outros aspectos, na excepcionalidade do território na senda do defendido no Plano Regional de Turismo de Lisboa 2015-2019/ Plano Estratégico para o Turismo na Região de Lisboa 2015-2019 para a centralidade Arrábida; Desenvolvimento dos produtos Turismo de Natureza associado ao Estuário do Tejo e Serra da Arrábida, Náutica e Enologia e para o Arco do Tejo: Desenvolvimento dos produtos Turismo de Natureza associado ao Estuário do Tejo, Náutica e Equestre.

 

Os valores ambientais e “ecológicos” têm sido vistos muitas vezes como obstáculos ao desenvolvimento económico. As areas protegidas são reconhecidas institucionalmente, protegidas legalmente mas são pouco interiorizados ao nível da cidadania eventualmente devido a não haver grandes investimentos em acções que envolvam a população na sua defesa e usufruto.

 

Relevantes são por isso estes indicadores desta economia assente em valores da natureza que pode contribuir de forma relevante para a Região de Lisboa. É uma economia "amiga" do ambiente se for evitada a tentação de delapidar recursos em intervenções imobiliárias avulso e feita a aposta na qualidade do serviço, na formação recursos humanos e modernização empresarial. É uma economia que pode constituir uma mais-valia na qualificação territorial e coesão social porque têm implícito uma política urbana de preservação e qualificação do património, dos aglomerados tradicionais e da paisagem com efeitos positivos para a fixação de empresas geradoras de postos de trabalho estáveis e qualificados.

 

Carmen Lemos é arquitecta, possui uma pós-graduação em Recuperação de Centros Urbanos pela ETAC/UNESCO, um curso de Gestão Pública na Administração Local/CEFA e é técnica superior na área do Planeamento.

TAGS: Comentário , Carmen Lemos , turismo , território
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