Comentário de Armando Silva Afonso: Água e Poesia

13.04.2016

Apesar de ser essencial à vida, a água não é um tema habitualmente abordado pelos poetas… No entanto, dois grandes poetas portugueses escreveram poemas dedicados à água: Bocage e Miguel Torga.

 

Como não tenho coragem de transcrever neste Comentário o poema de Bocage, vou apenas recordar a ode “À água”, de Miguel Torga:


Ninguém ouve a canção, mas o ribeiro canta!

Canta, porque um alegre deus o acompanha!

Quantos mais tombos, mais a voz levanta!

Canta, porque vem limpo da montanha!

Espelho do céu, é quanto mais partido

Que mais imagens tem da grande altura.

E quebra-se a cantar, enternecido

De regar a paisagem de frescura.

Água impoluta da nascente,

És a pura poesia

Que se dá de presente

Às arestas da humana penedia...

 

Armando Silva Afonso é professor da Universidade de Aveiro e fundador e atual presidente da direção da ANQIP (Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais).

TAGS: Armando Silva Afonso , eficiência energética e hídrica , água , poesia
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