A mobilidade é uma prioridade do Governo angolano

Em Angola, mais precisamente em Luanda, discutiu-se por estes dias a «Eco-Eficiência do Espaço Público: Rumo à Eficiência e Boas Práticas no Espaço Urbano». O Jornal Arquitecturas esteve presente neste seminário, que decorreu no Centro de Convenções Talatona, e falou com a ministra do Ambiente do Governo angolano, Fátima Jardim.

10.10.2013

O que determinou a organização desta iniciativa pelo Ministério do Ambiente? 

Estamos em amplo crescimento, estamos a desenvolver, temos índices de crescimento na área económica, na área social bastante favoráveis a nível de avaliação, a uma ordem que nos anima, no quadro do espaço público em que vivemos. A eco-eficiência do espaço público urbano é, de facto, um problema que o governo tem como prioridade. A partir deste diálogo, podemos auscultar as preocupações, mas também fazermos transmitir o esforço do executivo para a solução dos inúmeros problemas. Temos zonas adequadas, estamos a requalificar, temos exemplos de novas cidades. Está na hora de melhor ordenar as nossas intervenções, mas também as nossas responsabilidades a nível de todo o percurso que temos como cidadãos nesta nossa querida Angola. 

  

Quais os objectivos, a longo prazo, em matéria de eco-eficiência? 

Nós fizemos aqui várias abordagens. Um dos painéis mais discutido, e em que estamos empenhados em resolver, é sobretudo a questão da mobilidade. Mas pensamos que, a nível de espaços verdes, ainda estamos com algumas insuficiências. Temos, em Angola, grandes áreas de conservação praticamente intactas que esperamos que possam ser consolidadas, sobretudo onde queremos ter uma cidade humana, com indústria, agricultura, com práticas melhores e mais sustentadas. Esta nossa visão do ordenamento era essencial. O objectivo foi atingido e tão bem atingido que até queremos repeti-lo. Estamos, portanto, a fazer o repto para que, em outros espaços, em outras cidades, possamos ver de que forma é que a eco-eficiência do espaço urbano pode ser transferido para outras cidades em Angola e até para o meio rural. Com conhecimento, transferência de experiências e organização podemos fazer um “bom casamento” entre empresários, governos, associações e todos os que envolvemos neste importante repto.

 

Que papel pode ter o Ministério do Ambiente na articulação das perspectivas multidisciplinares da eco-eficiência? 

O papel do Ministério do Ambiente é um papel de coordenação, fazer com que mais facilmente e mais rapidamente as políticas se integrem. É fazer com que a sustentabilidade a nível de desenvolvimento nos sectores apresentados possa ser assegurada e que os objectivos que nós todos traçámos, sobretudo a nível nacional, possam ser assegurados para o bem-estar dos nossos cidadãos e, cada vez mais, para o progresso de Angola.

 

Que ideias principais retira dos trabalhos?

Precisamos de realizar mais trabalhos como estes. Uma das principais ideias que colhemos é que precisamos também de capacitar, de formar mais especialistas para as diferentes áreas, precisamos de inovar, mas também precisamos de cooperar. No quadro destes desafios, a cooperação a nível de solidariedade para o desafio da eco-eficiência é de uma abrangência tão larga que pensamos que a parte energética e da mobilidade possam ser os próximos seminários que vamos desenvolver em Angola. Na parte da habitação, temos bastante regulamentação, na parte ambiental também. O nosso ministério, por ser transversal, envolve-se com todos os outros, mas aqui foi perfeitamente referido que é isso que o cidadão angolano quer. O cidadão angolano quer mais mobilidade, que rapidamente haja solução deste problema que temos, sobretudo com o tráfego, quer mais tranquilidade, quer mais espaços verdes, quer mais lazer. Mas quer sobretudo juntar o lazer à preservação dos seus valores culturais e paisagísticos. Aqui temos uma visão de casar tudo isto, a nível da cidade, da natureza e, naturalmente, das intenções de eco-eficiência do nosso espaço. Agradecemos a cobertura, especialmente ao grupo About Media, que nos ajudou a realizar este seminário com êxito, procurando excelentes prelectores de várias especialidades que vieram de Portugal, que se combinaram com excelentes prelectores aqui de Angola. Este tipo de energia e sinergia é essencial para a nossa colaboração e cooperação.

Redacção Jornal Arquitecturas

TAGS: Governo angolano , Fátima Jardim
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