Pergunta:
«A água não é só um elemento essencial à vida já que pode ter outras utilizações nas cidades. Como podemos sustentar essa utilização nas cidades contemporâneas?»
Director do Museu da Água da EPAL, Pedro de Oliveira Inácio
Resposta:
«As cidades compactas, completas e conectadas proporcionam-nos o acesso a um largo leque de produtos e serviços que acrescentam valor (não apenas económico) às nossas vidas.
Paradoxalmente, quanto mais facilitada a disponibilidade dos recursos preciosos (como a água) menor o respeito que temos por estes e, consequentemente, menor também a racionalidade da utilização.
É criminoso o acto de descarga das sanitas recorrer a água potável. É perverso lavarmos ruas e regarmos espaços verdes com água potável.
Avizinha-se uma mudança de paradigma no desenho dos sistemas urbanos de água - do fornecimento deste recurso passaremos à prestação do serviço água; de uma única água disponível, passaremos a diversas águas localmente geradas, para adequadamente satisfazerem os diversos usos.
Esta transformação trará consigo uma descentralização do tratamento de água em cidades e abrirá portas a novos actores e a novos mercados, em que todos poderemos ter um papel significativo!
Avizinha-se o momento em que procuraremos “fixar a água localmente”».
Arquitecta Livia Tirone